Os ambientes de trabalho, independentemente do setor, apresentam riscos potenciais para os nossos olhos. Seja devido a partículas projetadas no manuseio de ferramentas na indústria metalúrgica ou salpicos de produtos químicos em laboratórios, é fundamental que os trabalhadores protejam a sua visão.
Em Portugal, como em muitos outros países europeus, a importância da proteção dos olhos não pode ser subestimada. De acordo com um estudo de 2020, os olhos são a segunda parte do corpo que registou maior número de participações de acidentes de trabalho, ultrapassados apenas pelas pontas dos dedos (dados para a indústria metalúrgica). Muitas destas lesões poderiam ter sido evitadas através do uso de óculos de proteção adequados.
Assim, importa compreender os diferentes tipos de óculos de proteção para trabalho e, inevitavelmente, desvendar o significado da norma EN 166.
O que é então a norma EN 166?
Originalmente publicada em 1995, a Norma Europeia para proteção individual dos olhos, EN 166, foi mais recentemente atualizada em 2001. Trata-se de uma norma que define os requisitos mínimos dos óculos de proteção para garantir a segurança do utilizador contra possíveis riscos oculares. Essencialmente, se os óculos de proteção cumprirem as especificações da norma EN 166, foram submetidos a testes rigorosos para garantir que estão aptos a proteger contra partículas de alta velocidade, metais fundidos, radiação nociva e muito mais.
Portugal, como membro da União Europeia, adere a estas normas, garantindo que os trabalhadores estão protegidos pelas melhores medidas possíveis.
O que significam as marcações EN 166?
Caso já tenha analisado a ficha técnica de uns óculos de proteção na nossa loja online, poderá ter reparado em marcações como “S”, “A”, “B”, “F”, ou “T”.
Portanto, na hora de comprar um equipamento de proteção dos olhos, é essencial compreender estas marcações EN 166, que fornecem informações sobre o nível de proteção dos óculos. Vamos então analisar o seu significado:
Em primeiro lugar, existe a chamada “classe ótica”, que se baseia em testes do campo de visão, transmissão, difusão, e propriedades refrativas dos óculos. Esta varia numa escala de 1 a 3, sendo 1 a qualidade mais elevada.
- Classe 1: Adequado para trabalho contínuo. Esta é a qualidade ótica mais elevada, garantindo uma distorção mínima.
- Classe 2: Adequado para trabalhos intermitentes.
- Classe 3: Adequado para trabalho ocasional, mas não para uso contínuo devido à potencial distorção.
Depois, há que considerar a “classificação de resistência”, a qual indica o nível de proteção que os óculos oferecem. Existem várias marcações na norma EN 166 relacionadas com a resistência mecânica:
- S: Extra robusto, resistente a uma bola de 22 mm e 43 g largada de 1,3 metros.
- F: Impacto de baixa energia, resistente a uma bola de 6 mm, 0,86 g a 45 m/s.
- B: Impacto de energia média, resistente a uma bola de 6 mm, 0,86 g, a 120 m/s.
- A: Impacto de alta energia, resistente a uma bola de 6 mm, 0,86 g, a 190 m/s.
- T: Maior robustez, com desempenho contra impactos em extremos de temperatura.
Em certos casos, poderá encontrar ainda alguns números adicionais, que se referem à proteção contra determinados materiais:
- 3: Líquidos (químicos)
- 4: Partículas de poeira grandes
- 5: Gás e partículas finas de poeira
- 8: Arco elétrico de curto-circuito
- 9: Metais fundidos e sólidos quentes
Por fim, poderá também notar uma letra no final, que se refere ao tratamento da lente:
- K: A lente é resistente a danos provocados por pequenas partículas, conhecido como “anti-riscos”.
- N: A lente é resistente ao embaciamento, conhecido como “anti-fog”.
Vejamos então um exemplo: uns óculos de segurança que ostentem a marcação EN 166 1F AS possuem classe ótica de classe 1 (nível máximo), bem como classificação de resistência F (resistência a impacto de baixa energia, resistente a uma bola de 6 mm, 0,86 g a 45 m/s), A (impacto de alta energia, resistente a uma bola de 6 mm, 0,86 g, a 190 m/s) e S (extra robusto, resistente a uma bola de 22 mm e 43 g largada de 1,3 metros).
Nesta análise, recomenda-se que consulte sempre a documentação do fabricante ou as marcações nos óculos para obter todos os pormenores. Se tiver dúvidas, fale com a nossa equipa de especialistas!
Conclusão
A segurança dos olhos é fundamental. A nossa visão, uma vez comprometida, pode nunca mais recuperar totalmente.
A norma EN 166 deve ser utilizada como um guia para garantir que os óculos de segurança utilizados estão à altura desta grande responsabilidade. Ao compreender e estar atento a estas normas, é possível garantir o bem-estar da força de trabalho, evitar potenciais lesões e criar um ambiente de trabalho mais seguro e produtivo.
Na loja oficial da M&M Protek, temos uma ampla seleção de equipamentos e óculos de proteção de elevada qualidade, que cumprem a norma EN 166.
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