Monóxido de carbono no local de trabalho? Saiba os sintomas de intoxicação e como prevenir

Na azáfama do trabalho do dia a dia, especialmente em ambientes industriais, existem perigos ocultos que frequentemente passam despercebidos até se manifestarem em graves problemas de saúde.

Uma dessas ameaças invisíveis é a intoxicação por monóxido de carbono, uma condição potencialmente mortal que permanece silenciosa devido à natureza do gás envolvido.

Compreender, reconhecer e prevenir proativamente este perigo é fundamental para manter um ambiente de trabalho seguro. Portanto, olhemos com detalhe para este perigo, os sintomas envolvidos, e como preveni-lo no local de trabalho.

O que é a intoxicação por monóxido de carbono?

A intoxicação por monóxido de carbono (CO) ocorre quando o monóxido de carbono, um gás incolor, inodoro e insípido, é inalado, provocando efeitos tóxicos no organismo. Este gás é produzido a partir da combustão incompleta de materiais que contêm carbono, como os combustíveis – por exemplo, gasolina, propano, carvão, madeira e gás natural. Em ambientes de trabalho, o equipamento e os veículos a combustão podem emitir CO e, sem ventilação adequada, estas emissões podem acumular-se e representar sérios riscos para a saúde.

Quando inalado, o monóxido de carbono liga-se à hemoglobina nos glóbulos vermelhos, formando carboxihemoglobina, o que perturba a capacidade de transporte de oxigénio do sangue. Resumidamente, isto significa que o corpo fica sem oxigénio, o que afeta os tecidos e os órgãos vitais, como o cérebro e o coração. O início da intoxicação pode ser agudo, ocorrendo em minutos ou horas, dependendo da concentração de CO no ar. Noutros casos, a exposição de baixo nível durante um período mais longo pode também causar problemas de saúde significativos.

Embora os dados sobre a prevalência da intoxicação por CO nos locais de trabalho possam variar de região para região, sabe-se que milhares de pessoas em todo o mundo são afetadas anualmente por este problema, sendo que uma parte destes incidentes resulta em morte. As complicações da intoxicação por CO podem ser duradouras e debilitantes, nomeadamente com impactos neurológicos graves, como perda de memória, confusão ou mesmo danos cerebrais permanentes.

Que indústrias estão mais expostas a este risco?

Certas indústrias são inerentemente mais propensas à exposição ao monóxido de carbono devido à sua natureza operacional. Estas incluem:

Construção: A utilização de ferramentas e máquinas a gás, especialmente em espaços fechados, aumenta o risco.

Indústria transformadora: As instalações que utilizam equipamento alimentado a combustível, como forjas e fornos, podem acumular níveis elevados de CO.

Combate a incêndios: A inalação de fumo durante os esforços de combate a incêndios frequentemente envolve níveis elevados de CO.

Mecânica automóvel: O funcionamento de veículos, especialmente em garagens, pode levar a uma acumulação de monóxido de carbono.

Mineração: Os motores de combustão, geradores e outros equipamentos utilizados nas minas geram CO, que pode facilmente acumular-se em concentrações críticas, devido à maior dificuldade em garantir ventilação adequada.

O que diz a lei sobre a exposição a CO no local de trabalho?

Os regulamentos da União Europeia são rigorosos no que respeita à segurança dos trabalhadores relativamente a substâncias perigosas, incluindo o monóxido de carbono (CO). A diretiva 2017/164/UE, que enumera os novos limites de exposição no local de trabalho para os agentes químicos, é particularmente esclarecedora.

Esta diretiva sublinha a necessidade de os empregadores avaliarem e identificarem os riscos colocados pelos agentes químicos presentes no local de trabalho, incluindo o monóxido de carbono, e de tomarem medidas adequadas para salvaguardar a saúde dos trabalhadores.

Especificamente, para o monóxido de carbono, o regulamento estipula um valor-limite de exposição profissional (VLEO) que não deve ser excedido para evitar as potenciais implicações para a saúde associadas à inalação de CO. O VLEO obrigatório para o monóxido de carbono é fixado em 20 ppm (partes por milhão) para um turno de trabalho de oito horas.

Além disso, o regulamento exige que os empregadores implementem estratégias preventivas sólidas destinadas a minimizar a exposição, como exploraremos na última secção deste artigo. O incumprimento destas normas regulamentares pode resultar em sanções pesadas, o que sublinha a importância de aderir a estas medidas não só para a segurança dos trabalhadores, mas também para a integridade da organização.

Quais são os sinais e sintomas da intoxicação por monóxido de carbono?

Reconhecer os sinais e sintomas de intoxicação por CO é crucial, uma vez que o gás não é detetável sem equipamento especializado. Os sintomas assemelham-se frequentemente aos de outras doenças, o que pode dificultar o reconhecimento imediato. Eles incluem:

  • Dor de cabeça
  • Tonturas
  • Fraqueza ou fadiga
  • Náuseas ou vómitos
  • Falta de ar
  • Confusão
  • Visão turva
  • Perda de consciência

É importante notar que as pessoas podem reagir de forma diferente e que os sintomas podem variar em termos de gravidade consoante o nível e a duração da exposição.

O que fazer em caso suspeito de intoxicação por CO?

Se houver suspeita de intoxicação por CO, a ação imediata é fundamental. Deve seguir o protocolo de emergência definido pela empresa, que tipicamente deverá incluir alguns dos pontos referidos em seguida:

Levar imediatamente a pessoa afetada para uma zona ventilada. Isto pode implicar ir para o exterior ou abrir todas as janelas e portas.

Contactar os serviços de emergência, como o 112, o mais rapidamente possível. É crucial mencionar a suspeita de intoxicação por CO para que a equipa de intervenção esteja preparada.

Não deixar a pessoa afetada sozinha. Aguarde pela assistência médica e esteja preparado para administrar suporte básico de vida, se necessário.

Depois de a emergência estar sob controlo, certifique-se de que a fonte do CO é identificada e reparada antes de retomar o trabalho normal.

Como é que as empresas podem prevenir a intoxicação por CO?

As empresas desempenham um papel fundamental na proteção dos seus trabalhadores contra os perigos de intoxicação por monóxido de carbono. Embora se recomende a leitura das diretivas 98/24/CE e 2017/164/UE, abaixo listam-se algumas medidas específicas que os empregadores podem adotar para reduzir este risco:

Avaliações de risco e protocolos de segurança: Efetuar avaliações de risco abrangentes para identificar e mitigar potenciais fontes de exposição ao CO. Com base nas conclusões, desenvolver e aplicar protocolos de segurança rigorosos.

Manutenção e ventilação: Assegurar que todo o equipamento de queima de combustível é objeto de manutenção regular para evitar a produção de CO. Instalar, verificar e manter sistemas de ventilação eficazes em áreas onde o monóxido de carbono possa estar presente, para evitar a acumulação do gás.

Formação e sensibilização: Implementar programas de formação regulares para educar os funcionários sobre os perigos da intoxicação por CO, fontes de CO e plano de ação em caso de exposição.

Preparação para emergências: Estabelecer procedimentos claros para emergências relacionadas com a intoxicação por CO. Este plano deve incluir protocolos de evacuação, procedimentos de primeiros socorros e acesso imediato a instalações de tratamento médico, se necessário. Efetuar regularmente simulacros para garantir que todos os empregados conhecem os procedimentos.

Instalação de Detetores de Gás: Muitos perigos não podem ser detetados pelos sentidos humanos, como é o caso do monóxido de carbono. Por isso, instalar detetores de gás nas empresas e indústrias é essencial para controlar a quantidade de CO no ar, e prevenir a intoxicação. O Detetor Monogás CO Portátil SGT Descartável é um bom aparelho para permitir alertar os trabalhadores quando os valores estiverem alterados e aumentar a segurança.

EPI contra intoxicação por CO

As empresas são sempre responsáveis, em primeira instância, por fornecer Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado à proteção contra CO.

Aqui, destacamos as máscaras e os respiradores, que podem incluir filtros específicos para o monóxido de carbono, especialmente importantes em trabalhos nos quais existe maior risco de exposição ao CO. É essencial selecionar o EPI com base nas condições específicas e nos níveis de exposição potenciais do local de trabalho.

Por fim, também é vital a formação sobre a utilização correta, o ajuste e a manutenção do EPI.

EPC contra intoxicação por CO

Para além do EPI, é essencial avaliar, planear e implementar o uso de equipamento de proteção coletiva (EPC) para monitorizar, reduzir e alertar face à exposição a CO.

Aqui, destacam-se os sistemas de monitorização de CO, como detetores de monóxido de carbono. Estes devem abranger toda a área identificada nas avaliações de risco, assegurando a verificação e manutenção regular dos mesmos. Os detetores de CO são cruciais para a deteção precoce, permitindo uma resposta imediata antes que os níveis de CO se tornem perigosos.

Em certas situações, a avaliação de risco pode exigir o uso de sistemas avançados de filtragem e purificação do ar, para manter um ambiente respiratório seguro. Estes sistemas funcionam a uma escala maior para reduzir o risco de exposição ao CO para todos.

Conclusão

A segurança no local de trabalho é um direito e um dever.

Embora a intoxicação por monóxido de carbono possa parecer um inimigo invisível, há muito a ser feito para prevenir, monitorizar e agir em caso de exposição elevada a CO.

Mais do que cumprir as diretivas europeias, a preparação das empresas e dos funcionários contra o perigo do CO é vital para salvar vidas e proteger os trabalhadores.

Ao tomarem as medidas detalhadas neste artigo, os empregadores contribuem para um ambiente de trabalho mais seguro e um compromisso com o bem-estar geral dos seus trabalhadores.

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